
A necessidade de uma liderança intermédia acima da média
A Liderança Intermédia tem um papel fundamental no sucesso de uma empresa. São estes os líderes que estabelecem o elo de ligação entre a administração e a restante empresa, mas aos olhos dos colegas, serão eles os bons, os maus ou os vilões?
E que desafios estes líderes podem encontrar num mundo pós-pandemia? Será que o tempo da supervisão permanente ainda existe? Ou há outro tipo de superpoderes mais eficazes?
Neste artigo vamos falar sobre tipos de liderança, mas mais do que isso, vamos convidar o gestor a refletir sobre o seu papel na organização, desafiando-o a encontrar o seu próprio estilo de liderança que – para ser bem implementado – deve ser, nem mais nem menos, do que aquele que conduz as pessoas para um percurso de sucesso.
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Os bons, os maus ou os vilões – até quando?
Para muitos, os líderes intermédios podem ser definidos como as pessoas dentro da organização que desempenham o papel de “agradar a gregos e troianos”. No entanto, esta definição merece alguma reflexão e até contradição, na medida em que parece estar subjacente desde logo a ideia de que a empresa se encontra dividida. Porque se assim for, e como consequência, também os líderes intermédios terão de ter a capacidade de representar diferentes papéis, passando os seus dias entre o bom, o mau ou o vilão e com isso salvaguardar os seus próprios interesses, pois – verdade seja dita – quem consegue estar constantemente na frente de uma guerra sem recear perder a sua própria vida?
É por isso que “agradar a gregos e troianos” é o primeiro princípio a abolir quando falamos de liderança intermédia. Ou seja, é a sua capacidade de união (e não de sobrevivência) que torna estes profissionais preponderantes e necessários, mesmo que estejamos a assistir por parte das empresas a uma redução cada vez maior das suas diversas camadas de gestores e managers, precisamente para contrapor a tal divisão que falámos antes.
“Whatever you are, be a good one.” Abraham Lincoln
Os desafios de liderar na era digital
Não podíamos iniciar este tópico sem consciencializarmos os líderes portugueses para o conceito de liderança ambidestra.
Num mundo onde todos advogam inovação, mas nem todos a praticam, são os líderes os principais owners desta responsabilidade e são estes os que devem trazer mecanismos para que a empresa evolua para zonas desconfortáveis mas com potencial para prosperar, sem com isso perder as suas “paredes” e a sua estratégia North Star.
Para exemplificarmos a liderança ambidestra e os seus desafios, basta imaginarmos as características de alguém muito criativo vs alguém muito pragmático e facilmente chegamos a dois comportamentos ambidestros que neste tipo de liderança podem ter de coexistir: desorganização (para empreender novas formas de inovar) vs organização (para dar resposta a objetivos concretos).
Agora transporte isso para a sua empresa e pergunte-se: Quantas vezes reconheceu a necessidade de inovar, mas acabou por ceder à pressão do dia a dia e às exigências dos negócios atuais? É por isso que este tipo de liderança é difícil: reconhecemo-la, mas não a colocamos em prática.
Por outro lado, há um outro desafio que os líderes intermédios enfrentam e que a pandemia veio acelerar. Liderar à distância. Que não significou afastamento ou separação, muito pelo contrário. As empresas tornaram-se mais horizontalizadas e descentralizadas, com algumas delas a considerar a redução das suas lideranças intermédias na medida em que a tecnologia democratizou a facilidade com que as pessoas comunicam umas com as outras, independentemente do tipo de cargo ocupado.
Por essa razão, o trabalho remoto “pôs em cheque” o tipo de liderança que apenas supervisiona ou intermedia uma comunicação. E o que assistimos foi que os líderes intermédios que não sabem influenciar, motivar e ser um exemplo a seguir, deixaram de ter palco e tornaram-se menos importantes.
Portanto, não culpemos a tecnologia por abrir caminho para um tipo de liderança onde a confiança se trabalha diariamente ao invés da desconfiança. Pelo contrário, é precisamente a tecnologia que promove ambientes mais colaborativos. Basta vermos o exemplo do software de gestão ARTSOFT.
Quando Liderança intermédia é mais do que intermediar
Chegámos ao ponto principal deste artigo. Se olharmos para a história do mundo e para a atual guerra facilmente entendemos que os líderes intermédios são cruciais no terreno. Mas para isso, mais que intermediar, devem ter espaço para decidir e decidir rápido.
Um líder numa trincheira deve ter capacidade para tomar decisões, não pode esperar por novos planos perante um imprevisto. E muito menos pode ficar apenas a supervisionar os soldados, tem de agir, ser um exemplo para os que estão ao seu lado, protegendo e motivando-os no local, tudo isto enquanto responsabiliza cada um pelas suas posições.
É este exemplo que devemos trazer para as empresas. É este superpoder de estar no terreno e de sentir o pulso das equipas e das pessoas que os tornará líderes – não intermédios, porque líder é um líder – mas os verdadeiros líderes, aqueles que estão bem acima da média.
Que tipo de líder quer ser?
A literatura disponível sobre o assunto mostra que há três tipos de liderança: o Visionário – aquele que transmite uma visão e provoca continuamente a mudança; o Participativo, o que constantemente apela para a participação de todos, e que é também um facilitador; e o Transacional, aquele que consoante a atitude dos subordinados tem sempre uma moeda para trocar: seja prémio ou punição.
Mas será que precisamos escolher um tipo de liderança?
Um estudo feito no programa Minnesota Innovation Research Program (MIRP) propôs a articulação destes três tipos de liderança que, quando bem implementados, se assemelham a uma bicicleta. Na roda traseira, temos o Participativo, onde temos de fazer acontecer e para isso precisamos de envolver as pessoas. Na roda dianteira temos o Transacional, aqui devemos conseguir criar condições para gerar transformações e comportamentos que vão ao encontro do que se pretende, e na roda dentada (no meio) temos o Visionário, que continuamente gera energia para que o processo avance, se renove e os conduza para uma visão que passa a ser não só a do líder, mas comum a todos.
Imaginando agora esta “bicicleta do líder”, como podemos articular tudo isto?
Do nosso lado só nos ocorre uma imagem – um grupo de ciclistas, que todos conhecemos como pelotão – e que trabalha em conjunto com a finalidade de reduzir o desgaste de percorrer a estrada de forma solitária evitando a exposição à resistência do ar – e que viajam como uma só unidade, integrada e cooperativa.
Será esta uma boa analogia para nos lembrarmos que só criando as condições certas para todos se sentirem integrados e apoiados, podemos ser o líder a seguir?

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